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4 atitudes estoicas para superar a crise do coronavírus

O que importa mais: as palavras ou as ações? Como lidar com os imprevistos que acontecem na nossa vida? 

Estas são questões muito recorrentes na nossa vida atual e que foram amplamente discutidas pela filosofia estoica. 

Musonius Rufus, Sêneca, Epicteto e o imperador Marco Aurélio foram alguns dos líderes do estoicismo que nos ensinaram que, na vida humana, tudo que acontece é transitório e incontrolável – como o coronavírus, por exemplo.

Mas, para esta filosofia, é possível encontrar a calma no meio do caos. Para o estoicismo, existem coisas demais fora do nosso controle e só o que pode nos salvar é a nossa racionalidade.

Desde Aristóteles, a filosofia já dizia que existe um Cosmos perfeito e ordenado. Ou seja, o universo possui imperfeições, o segredo é entender que elas são transitórias.

Portanto, de acordo com este pensamento, se acharmos que algo é mal, feio ou desordenado é porque estamos olhando apenas um detalhe e não o escopo geral da natureza.

Em tempos de caos político, econômico e de saúde em que vivemos com a crise do coronavírus, é preciso olhar para o “todo” – aquilo que está fora de tudo isso.

Apesar de ser difícil lembrar como era a nossa vida antes da pandemia, sabemos que a maioria de nós tinha a sensação de que a abundância de liberdade era maior do que agora. E é até conveniente culpar o isolamento social por adiar nossos planos. 

Mas é interessante nos perguntar: por que, mesmo quando tínhamos total liberdade sobre a nossa vida, sem nos preocupar com a contaminação ou a crise financeira, não aproveitávamos mais o nosso tempo?


A resposta é muito simples. Nós sempre achamos que estávamos no controle de tudo. Mas o fato é que, o universo, o mundo e a vida são externos às nossas vontades. Eles são finitos e imprevisíveis.


Então, como aprender a lidar com um mundo imprevisível como o nosso atual? A filosofia estoica pode te ajudar a responder essa pergunta, com 4 atitudes simples:

1- Coragem para agir de forma consciente e evitar o ciclo de reclamações

Assim como os estoicos, nós precisamos praticar mais a ação e menos a fala.

Pare para pensar: e se todas as vezes que você quisesse alcançar um determinado objetivo você tivesse tido a coragem de persegui-lo, ao invés de apenas imaginar e manter tudo no campo das ideias?

O estoicismo afirma que as virtudes devem ser baseadas nos comportamentos ao invés das palavras. Portanto, se você tem um propósito claro de onde quer chegar comece a agir para fazer isso acontecer.

Mas lembre-se: não é para sair por aí tomando decisões de forma precipitada. 

O que te motiva e que te deixa mais próximo da sua felicidade? É por aí que você deve começar a sua jornada de autodescoberta.

De forma consciente promova uma busca interior para confirmar aquilo que realmente importa para você.

Reúna a coragem necessária para planejar mudanças (pequenas ou grandes). Faça escolhas conscientes, sem “meter os pés pelas mãos”.

Agir de acordo com o que você acredita te fortalecerá e te blindará de forma poderosa contra os obstáculos e frustrações que virão pela frente.

2) O autocontrole X tentar controlar o incontrolável

O estoicismo diz que o mundo é imprevisível e portanto é pura ilusão querer controlar tudo e todos ao nosso redor.

Sabe aquela pessoa que você vive há muito tempo esperando que ela “mude”? Aquela “sorte” que está faltando para a sua carreira decolar ou a vontade que temos de prever quando o coronavírus será extinto de forma definitiva?

Esquece, isso não vai acontecer. 

Praticar o estoicismo é entender que está tudo bem não conseguir controlar tudo que é externo e não depende de nós.

O que importa é apenas o que você pode fazer agora. Marco Aurélio, um dos principais representantes do estoicismo dizia:

“Lembra-te então de que não é nem o passado nem o futuro, mas o presente que pesa sobre ti”.

A própria morte, segundo os estoicos, é parte do funcionamento natural do nosso cosmos, portanto precisamos nos ajustar e nos adequar ao universo.

Afinal, todas as nossas angústias derivam do fato de que passamos grande parte das nossas vidas tentando controlar o que é incontrolável.

E no fim esquecemos de que a nossa mente é o único terreno no qual nós temos o absoluto controle. E na verdade, isso é tudo de que precisamos.

Ao praticarmos o autocontrole, escolhendo de forma consciente nossas ações e pensamentos automaticamente influenciaremos todos ao nosso redor também.

Algumas boas práticas estoicas para exercitar o autocontrole e a inteligência emocional é por meio das reflexões matinais. Vale fazer uma meditação guiada ou até mesmo escrever os pensamentos em um diário.

Seja grato, aprenda a reconhecer as coisas boas que aconteceram no dia anterior. Descarte tudo aquilo que não merece ser revivenciado.

O que importa é liberar espaço na sua mente e se livrar daquilo que não precisa mais carregar.

3) Olhar a totalidade e não apenas uma parte da situação

Sabemos que o coronavírus é uma fatalidade terrível que, infelizmente, dizimou milhares de vidas em todo o mundo.

Por outro lado, também precisamos reconhecer que o vírus representa apenas uma pequena parcela de tempo na história da humanidade. 

Imagine que você está dentro de uma canoa navegando por um rio. De repente, uma nuvem se aproxima e começa a chover repentinamente. Com a chuva forte a sua embarcação fica “encalhada” numa pedra e você não consegue sair dali.

Você começa a reclamar, xingar e até pensa em se atirar na água para nadar, mas daí a chuva vai embora e o sol se abre. E o que você vê, poucos metros à sua frente? Um penhasco que, se não fosse pela pedra, teria te levado à morte.

Neste exemplo simples você pode perceber que nem sempre nós somos capazes de entender ou valorizar aquilo que está diante de nós. Muitas vezes nós só conseguimos ter esse discernimento depois.

De qualquer forma é preciso pensar sempre no contexto maior no qual estamos inseridos, e não apenas na situação isolada que estamos enfrentando em um espaço de tempo determinado.

4) Menos expectativas, mais visão negativa

Pode parecer cruel, mas criar expectativas e esperanças é uma ótima forma de cultivar a nossa frustração.

Se nós temos a esperança de algo é porque esse algo ainda não aconteceu. E se ainda não aconteceu é porque não está sob o nosso controle.

Ao compreender a ordem cósmica entendemos que nada é permanente e que as transformações são inevitáveis.

Em resumo, precisamos parar de nos apegar a coisas que não merecem. Os estoicos dizem que precisamos praticar a “despersonalização” das coisas para poder olhar a situação caótica de uma forma menos emocional e mais resiliente.

Também nos ajuda a aprender a aproveitar melhor o tempo. Cada instante é um instante a menos. Isso nos dá consciência da nossa finitude. 

Paremos de esperar e passemos a agir. Diminuamos as nossas expectativas para poder enxergar a realidade e sermos felizes com ela.

Só assim canalizaremos a nossa energia para as coisas que realmente importam no presente e viveremos de forma mais plena todos os dias.

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