Uma pesquisa da Pew Reaseach com mais de 10 mil americanos adultos mostra que estamos mais divididos do que nunca em nossa história.
Estamos menos propensos a ceder, o que significa que não ouvimos uns aos outros e que tomamos decisões sobre onde viver, com quem nos casar e até como escolher nossos amigos baseados naquilo em que já acreditamos.

Isso mesmo, conversar, falar sobre qualquer assunto, do movimento antivacina à final do campeonato de futebol e às mudanças climáticas virou uma verdadeira guerra nas redes sociais.
Vivemos em um mundo em que toda conversa tem um potencial de virar uma discussão sem volta e com direito à exclusão de amigos e parentes no Facebook.
Mas por que será que é tão difícil sustentar ideias, sem ferir o outro? Por que será que temos a tendência de sermos totalmente a favor ou totalmente contra alguma coisa?
Para a jornalista e escritora, Celeste Headlee, existem algumas causas para este comportamento “passional” e polarizado da sociedade atual. Primeiro, é fato que conversar requer um equilíbrio entre falar e ouvir e em algum momento perdemos esse equilíbrio.
Mas como vamos ouvir o outro se estamos mais preocupados com nosso próprio celular? O Brasil, por exemplo, é o 3º país do mundo em que as pessoas passam mais tempo nos aplicativos. E hoje em dia é bem provável que a maioria das pessoas prefira enviar mensagens pelo WhatsApp a ter que conversar que pessoalmente.
A habilidade de conversar está sendo perdida aos poucos. Por conta da tecnologia temos poucas oportunidades de desenvolver nossa comunicação interpessoal. E fica ainda mais difícil quando temos que iniciar uma conversa tranquila e coerente com quem não gostamos.
Mas será então possível ter uma conversa sem perder seu tempo e sem ofender ninguém? A resposta é sim. Todos nós já tivemos boas conversas, das quais saímos inspirados e sentimos uma conexão verdadeira.
Pensando nisso, Celeste desenvolveu um método eficiente de como aprender a falar e ouvir alguém:
1. Não seja multitarefa. Não estamos falando apenas de deixar o celular de lado, mas estar presente naquele momento no qual você se encontra: seja ele ao chegar em casa, ou ao começar seu trabalho. Esqueça a briga com o chefe e pare de pensar no que vai comer no jantar. Ou saia ou entre na conversa de uma vez, não fique meio concentrado e meio distraído.
2. Não queira “dar lição” em alguém. Se você quer ter um monólogo, no qual não haja reações das outras pessoas, escreva um blog. Conversas são oportunidades para aprender com o outro. A escuta verdadeira requer deixar o ego de lado – ou seja, sua opinião.
3. Faça perguntas abertas. Comece com: “quem, o quê, quando, onde, por quê ou como”. Se fizermos uma pergunta complicada receberemos uma resposta vazia ou simples demais. Deixe que o outro descreva o que está sentindo. Ao invés de perguntar “Você está com raiva?” pergunte “Como você se sentiu naquele momento?”
4. Deixe a conversa fluir. Pensamentos surgirão na sua mente, mas deixe-os ir enquanto você conversa com alguém. Deixe os assuntos fluírem naturalmente porque senão você vai parar de ouvir o que a pessoa está falando para se concentrar no que você está pensando em perguntar.
5. Se você não sabe algo, diga que não sabe. Melhor pecar pelo excesso do que pela falta. Ao colocar o outro acima de você mesmo você está assumindo sua própria humildade e mostrando que é um ser humano como qualquer outro.
6. Não compare a sua experiência com a de outra pessoa. Se alguém está falando sobre a perda de um familiar, por exemplo, significa que você precisa falar sobre quando perdeu um ente querido também. Se alguém está insatisfeito no trabalho, não diga que você odeia o seu também. Nenhuma experiência jamais será igual a outra, elas sempre serão individuais. Conversas não são uma oportunidade de autopromoção.
7. Não seja repetitivo. Ser repetitivo é chato e geralmente mostra que queremos insistir em algum ponto de vista com alguém.
8. Fique longe dos pormenores. A verdade é que as pessoas não lembram de nomes, datas e esses detalhes difíceis de recordar. Ninguém liga. As pessoas ligam pra você ou como você é, o que têm em comum.
9. Ouça. Esta é a habilidade mais importante que precisamos desenvolver. Budha disse que “se a sua boca está aberta, você não está aprendendo”. E Calvin Coolidge disse: “Ninguém nunca perdeu o emprego por saber ouvir”. Falar é mais fácil que ouvir, porque quando falamos estamos no controle e garantimos que não estamos escutando aquilo que não queremos. Ouvir e prestar atenção em algo demanda muito mais energia, mas sem isso não há conversa. Esteja realmente interessado no que o outro tem a dizer.
10. Seja breve. Uma boa conversa é como uma minissaia, curta o bastante para manter o interesse, mas longa o bastante para cobrir o assunto.
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