Hipocondria, racismo, estocagem de alimentos. Estes são apenas alguns comportamentos descritos no livro “psicologia da pandemia“, de Steven Taylor, professor da Universidade da Colúmbia Britânica no Canadá, resultado de dois anos de pesquisa.
Em um entrevista à Agência Pública, Taylor diz que a forma com que lidamos com o sofrimento emocional depende muito das nossas preocupações pessoais.
Infelizmente, se não agirmos agora, a tendência é que, quem já tinha ansiedade e angústia antes da pandemia, sinta sua saúde mental piorar ainda mais.
No mês de maio de 2020, um estudo da Universidade do Estado do Rio (Uerj) revelou que os casos de depressão tiveram aumento de 90% durante a pandemia no Brasil.
Por isso precisamos acolher estas pessoas o quanto antes, para prevenir consequências graves como o esgotamento mental.
Como falamos em nosso blog anteriormente, prevenir significa se antecipar, evitar um mal ou dano. Ajudar a evitar a expansão destas doenças terríveis no pós-pandemia deve ser prioridade.
E, para aqueles que possuem doenças preexistentes que as colocam no grupo de risco ou para aqueles que estão com problemas financeiros, os níveis de preocupação também multiplicaram.
Para o professor, a velocidade da disseminação de informações falsas na internet e nas redes sociais também é outro fator que contribui para elevar a ansiedade das pessoas.
A propagação de notícias falsas e a forma como elas repercutem na nossa sociedade é mais um sinal de que não é apenas o vírus que infecta as pessoas, mas os medos que circulam em torno dele também.
Em seus estudos sobre pandemias anteriores, o professor conclui que os vírus do passado foram contidos pela maneira como as pessoas se comportaram.
“As pandemias são controladas apenas quando as pessoas concordam em fazer coisas específicas, como cobrir a tosse, lavar as mãos, obedecer ao distanciamento social e vacinar-se, se a vacina estiver disponível. Se, por várias razões psicológicas, as pessoas se recusarem a fazer essas coisas, a pandemia continuará se espalhando”, explica ele à Aracaju Magazine.
Apesar disso, a solidariedade entre os seres humanos é um contraponto positivo que sempre esteve presente na história das pandemias e que agora ganha proporções globais.
Além disso, esta pandemia está nos ensinando muito sobre lideranças. Está claro que, aqueles líderes que inspiram a confiança de seus povos conseguirão minimizar muito mais os efeitos negativos deste caos.
Além disso, esta pandemia está nos ensinando muito sobre lideranças. Está claro que, aqueles líderes que inspiram a confiança de seus povos conseguirão sair desse caos com muito menos efeitos negativos.
Um exemplo que ficou bastante conhecido foi o da Primeira Ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.
O que ela fez de tão extraordinário para se tornar popular no combate ao coronavírus? Foi transparente com seu povo.
Em entrevistas diárias, ela fornecia dados com transparência e motivava a população a encarar seriamente as duras restrições. Além disso, Jacinda baixou 20% de seu salário – e de seus ministros – por seis meses.
Graças ao esforço de Jacinda e da compreensão da população neozelandesa, no final de abril, as regras foram abrandadas e o registro de 21 mortos ficou bem abaixo das expectativas.
Por outro lado, líderes autoritários tendem a gerar desconfiança e perder influência sob seus liderados.
Algumas pesquisas realizadas na África e na Libéria durante o surto de ebola mostram que as pessoas que não confiavam no governo não cumpriam o distanciamento social.
E isso pode ser aplicado para qualquer outra orientação que um líder queira propor.
Nesse sentido, o exemplo de todos líderes agora é realmente importante para acalmar os ânimos de seus liderados e fazê-los respirar fundo para enfrentar o que ainda está por vir.