Você se sente preso, aflito e sem ação diante de uma tarefa rotineira como entregar um trabalho na faculdade ou falar em público durante uma reunião? Você tem medo de fracassar ou decepcionar o seu superior e fica paralisado diante de uma determinada tarefa, pensando em desistir mesmo antes de começá-la?
Pois saiba que você pode estar sofrendo de ansiedade em excesso, um problema tão comum nas gerações atuais que é considerado o novo mal do século. Para se ter uma ideia, somos o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo: 9,3% dos brasileiros apresentam transtorno de ansiedade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mas entenda que, se bem equilibrada, a ansiedade é considerada normal e até saudável. Segundo o livro ‘O Significado da Ansiedade’ de Rollo May, a ansiedade bem controlada pode até mesmo se tornar uma ‘mola’ motivadora que dá aquele empurrãozinho para alcançar seus objetivos.
Este tipo de ansiedade é chamada de ‘ansiedade-estado’ e aparece com mais intensidade geralmente em um período de tempo definido: antes de um casamento ou de uma prova importante como um vestibular, por exemplo. Assim, depois que estes eventos temporários acabam, os níveis de ansiedade voltam ao normal.
Mas e quando a ansiedade faz parte do traço de alguém, ou seja, quando ela tem pré-disposição genética para ser ansioso?
Estudos sobre ‘Epigenética’ revelam que alguns transtornos de ansiedade podem ter raízes em fatores ambientais relacionados às condições de gravidez da mãe. Segundo estas pesquisas, a temperatura do corpo, a poluição, o ambiente estressante de trabalho e outras variantes afetariam a função dos genes do bebê, diz o psiquiatra Celso Vasconcellos.
Neste caso é preciso redobrar a atenção, pois quando alguém já ‘nasce’ com esta característica em sua personalidade tem mais chances de ativar os chamados ‘fatores-gatilhos’ que despertam a ansiedade excessiva.
Outro ponto é que hoje vivemos num mundo que muda cada vez mais rápido, e este ritmo muitas vezes é tão frenético que mal conseguimos acompanhar. Por conta disso, muitas pessoas se sentem frustradas e inseguras por não conseguirem alcançar este ‘padrão’ imposto pela sociedade.
Quais são os sintomas de quem tem ansiedade em excesso?
Boca seca, mãos e pés gelados, coração acelerado, tontura, diarréia e até mesmo falta de ar. Estes são alguns dos sintomas mais comuns relatados por quem sofre de algum transtorno de ansiedade em excesso.
Os fatores-gatilho, ou seja, as situações que despertam essas ansiedades nocivas, podem variar bastante. Desde falar em público, entregar uma tarefa complexa no trabalho e até receber um comentário negativo em uma rede social, podem ser motivos para que estas pessoas que sofrem de ansiedade em excesso sintam como se alguém estivesse ‘cutucando sua ferida’. Em casos mais graves, elas podem chegar até a desenvolver reações em cadeia como confundir situações reais com hipóteses imaginárias e chegarem a ter crise de pânico.
Veja abaixo alguns dos sintomas mais comuns de quem tem ansiedade em excesso:
– Angústia exagerada
– Aperto no peito
– Inquietude e falta de concentração
– Choro constante
– Desespero diante de uma tarefa rotineira
– Dor de barriga
– Ânsia de vômito
– Coração palpitante
– Medo exagerado da morte
– Manias incontroláveis (transtorno obsessivo compulsivo)
– Timidez excessiva quando está com outras pessoas (transtorno de ansiedade social)
O que fazer ao descobrir que você ou alguém que você conhece tem ansiedade em excesso?
Se você identificou os sintomas acima em você mesmo ou em alguém que você conhece, talvez seja a hora de pedir ajuda de um profissional. Dependendo do nível de ansiedade, ela pode, inclusive gerar problemas físicos à saúde do coração e do cérebro. Por isso, alguns especialistas recomendam procurar um cardiologista ou clínico geral para realizar exames preliminares.
Existem outras dicas que ajudam no tratamento de ansiedade excessiva, como por exemplo, fazer exercícios físicos, evitar bebidas com cafeína, respirar fundo ou até mesmo evitar pequenas situações que podem deixar seu ambiente estressante em casa (TV no quarto) ou no trabalho (telefone que não para de tocar).
Faça uma lista dessas situações que deixam você ansioso(a) e comece a perceber quando estes momentos acontecem. Diminua as auto cobranças exageradas e substitua-as por momento de autorreconhecimento. Agradeça mais (nem que seja por ter sobrevivido àquele dia) e escreva em um papel pequenas coisas que você conseguiu terminar. A mesma estratégia vale para quem quer ajudar outra pessoa com ansiedade: coloque-se no lugar desta pessoa (pratique a empatia!), não julgue ou diminua seu sofrimento, mas valorize o que ela sabe fazer de melhor, exalte o que ela conseguiu concretizar e incentive-a para que se sinta útil e suficiente.
Outra dica é não guardar sentimentos, mas compartilhar aquilo que te aflige – o famoso ‘desabafo’. Se você é líder e percebe que alguém está ansioso ou angustiado com algum projeto ou tarefa, seu dever é chamar esta pessoa para conversar e entender como pode ajudar a diminuir esse estresse.
O segredo é aprender a diminuir a ansiedade e não a eliminá-la
Não caia na ilusão de que você vai conseguir eliminar completamente a ansiedade que há em você ou no mundo. Por mais que você seja uma pessoa calma e controlada, existem situações na vida que vão literalmente testar a sua capacidade de resistência.
O importante é saber identificar este momento quando assim que ele chegar e ‘dar um passo atrás’. Enxergar a ansiedade como algo externo e entender que, quem está no controle é você mesmo, é um exercício de Inteligência Emocional (link para o artigo do e-book) essencial para superar este desafio com sucesso.
Se você acredita que mais vale uma grama de prevenção do que uma tonelada de remédios, converse sobre suas angústias com alguém ou peça ajuda profissional logo que notar que seus níveis de ansiedade aumentarem além do normal. Escreva, fale ou externalize: assim você vai conseguir visualizar e avaliar se a sua ansiedade tornou o problema maior do que realmente é.
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