Turnover, palavra mais temida entre os gestores.
As empresas investem rios de dinheiro em contratações, passam meses entrevistando candidatos, preparando testes… Mas acabam pecando na retenção dos novos talentos.
E aí, quando percebem perderam todo o trabalho de seleção.
Só em 2006 o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) registrou que a taxa mensal de rotatividade no país era de 3,5% – índice que representava um aumento anual de 42% do turnover na época.
Mas afinal, quais são as causas invisíveis do alto turnover nas empresas? O que tanto incomoda os colaboradores e os fazem mudar de emprego? Continue lendo este post!
1) Falta de desafios: o primeiro passo para o comodismo
As pessoas na sua empresa fazem sempre as mesmas coisas e geralmente ocupam o mesmo cargo por anos?
Para evitar o comodismo tanto dos colaboradores quanto da empresa, talvez esteja na hora de dar à estas pessoas um novo desafio, projetos diferentes que jamais foram desenvolvidos por falta de tempo ou de vontade mesmo.
Criar novos desafios dentro da empresa, além de manter um profissional ativo, gera mais oportunidades de inovação, já que a vantagem competitiva de uma empresa não está apenas nos investimentos em novas tecnologias ou recursos, mas também na aquisição de novos conhecimentos, habilidades e atitudes.
Identifique quais processos da sua empresa podem ser automatizados e substituídos por máquinas. Ninguém gosta de realizar funções “robotizadas”, isso se torna uma rotina absurdamente entediante e desestimula qualquer um.
Os humanos precisam gastar tempo com aquilo que realmente importa: criar coisas novas, melhorar as coisas antigas, e assim por diante. Fazer seus talentos se desenvolverem e perceberem seu próprio crescimento os manterá mais felizes no trabalho.
2) Salário: “a grama do vizinho é mais bonita”
Se tem algo que atrai as pessoas é o salário. Apesar de não ser o único motivador da mudança de emprego, ele tem sim uma parcela importante de culpa no turnover.
Um profissional que ganha mal é também uma pessoa mais endividada e preocupada com sua estabilidade financeira. Com menos dinheiro, ela tem menos recursos para investir em educação e lazer e isso também inviabiliza seus projetos pessoais.
Qual é a política de remuneração e promoção da sua empresa? Isso está claro para seus colaboradores ou ainda parece que ela privilegia sempre os mais próximos dos chefes?
Pensar em uma forma de remunerar melhor seus profissionais é uma ótima estratégia de investimento. Se você não pode conceder aumentos salariais com certa frequência é melhor encontrar outras formas de agregar valor à folha de pagamento como uma parceria com um bom convênio médico, academias, restaurantes, faculdades, etc.
Você também pode estabelecer em conjunto com seus colaboradores um método transparente de Avaliação de desempenho. Assim vocês alinham expectativas e evitam a famosa fofoca de corredor “fulano foi promovido e eu não” ou o “tapinha nas costas não paga boleto”.
Se você não é muito fã destes tipos de avaliação, deve procurar outros métodos, como é o caso da Buffer que possui uma política de transparência total de salários, na qual divulga publicamente a remuneração de todos da empresa.
3) Absenteísmo por problemas de saúde
Na sua empresa muita gente costuma faltar ao trabalho por problemas de saúde? Então está na hora de verificar os motivos que estão causando estes problemas.
Falar com estas pessoas é uma ótima forma de descobrir o que está acontecendo, porém é preciso prestar muita atenção à forma como você irá abordá-las. É preciso ter um interesse genuíno pela saúde de seus colaboradores e não passar a impressão de que ele está sendo improdutivo ou trazendo prejuízos financeiros à empresa.
6 hábitos para se comunicar melhor com a sua equipe
Aqui no Blog da House of Feelings falamos muito sobre doenças como estresse, depressão e burnout.
Tanto a equipe de Recursos Humanos, quanto os líderes são diretamente responsáveis pela saúde emocional das pessoas dentro da empresa. Mas é importante lembrar que estes também precisam prestar atenção aos seus próprios sentimentos e emoções, antes de querer ajudar os outros profissionais.
Invista tempo e treinamento para desenvolver a inteligência emocional dos gestores e da equipe de RH e estenda isso depois para os colaboradores.
Liste os principais problemas de saúde da sua empresa e mensure seus impactos em dias de trabalho perdidos ou até mesmo em gastos no convênio médico. Estes números podem te dar a base que você precisa para conversar com o CEO ou superior para tomarem as devidas providências.
Como prevenir e tratar o burnout, estresse, ansiedade e outras doenças
4) Não falar dos problemas
Evitar o confronto é muito mais fácil do que enfrentar um problema que você sabe que existe, só não decidiu resolver ainda.
E isso fica ainda pior quando estamos lidando com gestores ou líderes que não gostam de ser confrontados. Afinal de contas, como um simples analista será ouvido pelo CEO ou Diretor que mal tem tempo na agenda para ir ao escritório?
Ter conversas difíceis nunca vai ser a nossa primeira escolha e por isso muitas pessoas acabam procrastinando este momento, até que a “bomba estoura” e não há mais nada que se possa fazer a respeito.
Neste interessante artigo do José Eduardo Queiroz ele fala que “Um lugar onde não há liberdade e franqueza para que as pessoas falem dos problemas, com quem quer que seja, é um lugar que perderá pessoas talentosas”. E ele está coberto de razão.
Empresas que não estabelecem transparência e comunicação como os pilares de sua cultura organizacional estão fadadas a cometer o erro de ignorar problemas sérios.
Dê espaço para que as pessoas falem sobre seus sentimentos, emoções e problemas umas com as outras.
Desabafar faz bem e todo mundo precisa fazer este exercício de dialogar com quem pensa diferente. Inclusive, indico que você ouça o Podcast “Elas com Elas # 7 – Como conversar com quem pensa diferente?“
5) Falta de propósito
Empresas com propósito são muito mais lucrativas. Um estudo feito pela primeira vez no Brasil mostrou que essas empresas não apenas têm mais rentabilidade, como também têm 132% mais satisfação de seus stakeholders.
Um estudo da Universidade da Geórgia, mostra que existe uma forte correlação entre propósito e felicidade, inclusive ele é um dos fatores-chave que ajudam a superar o abuso de substâncias, a recuperar-se de uma tragédia ou perda e à buscar sucesso econômico. Outro estudo (do Hospital John Hopkins) provou que as pessoas que têm propósito na vida vivem mais.
Mas como definir o propósito das pessoas dentro da empresa?
Tente responder a essas perguntas:
– ‘Quem sou eu?’
– ‘O que eu faço bem?’
– ‘Quais são os meus valores?’
– ‘Se dinheiro e tempo não fossem problema, o que eu faria?’
Fazer perguntas como essas ajuda a entender o porquê estamos fazendo o que estamos fazendo. Elas nos ajudam a chegar mais perto do motivo, da razão e por fim, do propósito da nossa vida.
Sua empresa tem propósito? E que tal uma ajudinha para descobri-lo? Fale com a House of Feelings no oi@houseoffeelings.com